Partido Democrático da Coreia do Sul anuncia moção de destituição contra Presidente Yoon Suk Yeol
Votação ocorrerá neste sábado após controvérsia envolvendo lei marcial e tensões políticas
O Partido Democrático (PD), principal coalizão de oposição da Coreia do Sul, anunciou que submeterá uma moção de destituição contra o presidente Yoon Suk Yeol neste sábado, em resposta a declarações controversas e ao subsequente levantamento da lei marcial. A informação foi divulgada pela agência de notícias Yonhap.
Detalhes da Votação
A votação está marcada para as 19h, horário local, permitindo que os legisladores do Partido do Poder do Povo (PPP), que atualmente está no governo, reflitam sobre sua decisão. “Este será um momento crucial. Queremos dar tempo suficiente aos legisladores do PPP para avaliar a gravidade das ações do presidente Yoon”, afirmou Cho Seung-rae, porta-voz adjunto do PD.
Na noite de terça-feira, Yoon declarou a lei marcial, alegando ações "anti-estatais" por parte da oposição, mas revogou a medida seis horas depois, após a rejeição por 190 legisladores no Parlamento. Durante o breve período em que a lei esteve em vigor, tropas armadas chegaram a entrar na Assembleia Nacional em Seul, mas foram repelidas pelos parlamentares, que usaram extintores.
Tensão nas Ruas
Fora do Parlamento, a tensão aumentou, com manifestantes confrontando a polícia e exigindo a renúncia do presidente. As manifestações se intensificaram na quarta-feira, com vigílias à luz de velas em Seul, aumentando a pressão sobre o governo.
A moção de destituição, apresentada durante uma sessão plenária na madrugada de quinta-feira, deve ser votada dentro de 72 horas. Para que a proposta seja aprovada, os partidos de oposição precisam de uma maioria de dois terços e do apoio de cerca de oito membros do próprio partido de Yoon, totalizando 200 votos.
Se a moção for aprovada, o Tribunal Constitucional da Coreia do Sul decidirá sobre sua confirmação, um processo que pode levar até 180 dias. Se Yoon for suspenso, o Primeiro-Ministro Han Duck-soo assumirá o cargo. Caso Yoon renuncie ou seja destituído, novas eleições devem ocorrer em até 60 dias. O líder do PPP, Han Dong-hoon, declarou que seu partido trabalhará para barrar a moção e manter a estabilidade do governo, refletindo as profundas divisões políticas no país.
Mudança no Ministério da Defesa
Em meio a esse cenário político conturbado, Choi Byung Hyuk foi nomeado o novo Ministro da Defesa da Coreia do Sul, após a renúncia de Kim Yong Hyun, que deixou o cargo devido à polêmica em torno da lei marcial. O chefe do gabinete presidencial, Chung Jin Seok, informou que a renúncia de Kim foi aceita e acompanhada de um pedido de desculpas público. Kim reconheceu sua responsabilidade pelas consequências da medida.
Choi, que já atuou como embaixador na Arábia Saudita, foi elogiado por sua experiência e reputação no setor militar. Chung ressaltou que Choi é “uma pessoa de princípios que cumpre seus deveres com dedicação” e que possui a confiança necessária para dialogar diretamente com seus superiores. Ele também mencionou a importância da aliança entre a República da Coreia e os Estados Unidos para as questões de defesa nacional.